quinta-feira, 18 de agosto de 2011

Com chapéu de Margarida, Dilma
anuncia reforço para mulheres do campo

Marcha em Brasília reuniu 70 mil camponesas de todo o Brasil
Gustavo Gantois, do R7, em Brasília

A presidente Dilma Rousseff participou nesta quarta-feira (17) do encerramento da 4ª edição da Marcha das Margaridas, realizada em Brasília. No evento, que contou com a adesão de 70 mil mulheres, Dilma anunciou uma série de melhorias para as mulheres que vivem no campo e nas florestas.

Antes de iniciar seu discurso, a presidente entregou para a coordenadora da marcha, Carmen Foro, um documento com as respostas do governo para 158 itens que compõem a pauta de reivindicações das Margaridas. Utilizando um chapéu de palha típico das manifestantes, Dilma se comprometeu a estreitar o diálogo.

- Tenho certeza de que o debate com os movimentos sociais é fundamental. As críticas e sugestões são essenciais. Estarei sempre junto, sempre aberta ao diálogo, a ouvir e escutar. E podem ter certeza que vocês têm em mim uma presidenta margarida.

Na área da saúde, por exemplo, Dilma anunciou que serão instalados 16 Unidades Básicas de Saúde Fluviais e dez Centros de Referência em Saúde do Trabalhador. Estas estruturas estarão direcionadas à ampliação do atendimento às trabalhadoras rurais no SUS (Sistema Único de Saúde).

Para as 16 unidades fluviais – que serão implementadas até 2012 – o governo federal vai investir R$ 35 milhões para a instalação e o custeio. A meta é que, até 2014, 32 embarcações estejam em pleno funcionamento no país. Os novos dez centros de saúde do trabalhador serão implementados até o próximo ano com recursos da ordem de R$ 4,1 milhões.

Um dos principais itens na pauta de reivindicação das Margaridas, a violência contra as mulheres teve destaque especial no discurso de Dilma. Lembrando a morte líder sindical Margarida Alves, agricultora assassinada em 1983 e que inspirou o movimento, a presidente anunciou a instalação de dez unidades móveis para atendimento de mulheres.

Essas instalações servirão como pontos de referência itinerantes para que mulheres de cidades pequenas possam denunciar maus-tratos e violência.

Além disso, Dilma também anunciou que o governo vai publicar uma portaria que estabelece a escrituração conjunta de imóveis adquiridos pelo Programa Nacional de Crédito Fundiário. Segundo dados do Ministério do Desenvolvimento Agrário, as mulheres representam apenas 18,1% das titulares dos contratos.

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